Patamares de Carga

A consideração de intervalos de tempo de duração mensal não permite representar de forma direta as variações de alguns dados de entrada ao longo do mês, principalmente os dados de carga, que apresentam uma sazonalidade marcante ao longo do dia e também durante as semanas. Como a energia não pode ser estocada em grandes volumes, a representação dos dados e restrições apenas a partir de seus valores médios poderia resultar em uma perda grande de precisão na representação do problema, principalmente em relação aos requisitos de potência, pois não seria possível representar os picos de carga.

Por outro lado, ainda que se fizesse um refinamento de forma pura e simples da discretização temporal para a consideração de períodos semanais ou até diários, ainda assim não se conseguiria tratar adequadamente estas variações diárias, e levaria a um aumento excessivo no esforço computacional para resolver o problema.

Desta forma, para que seja possível representar os picos de carga e outros dados e restrições que impõem o atendimento a condições associadas à potência em subintervalos de um estágio, os modelos de otimização energética do CEPEL que utilizam uma maior granularidade temporal (MELP, NEWAVE, DECOMP) permitem a subdivisão de cada período em patamares de carga.

cujo principal objetivo é representar a variação, ao longo do mês, de alguns dados de entrada do problema

A figura ilustra a definição desses patamares, a partir dos dados de carga horários.

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Ressalta-se que estes patamares são não cronológicos, ou seja, não há uma dependência temporal entre eles, e a única condição que deve ser respeitada é que a soma das durações de cada patamar em determinado estágio deve corresponder à duração total do estágio.

A definição dos patamares de carga é um dado de entrada dos modelos, e a ferramenta utilizada no sistema brasileiro para sua definição nos processos de Programa Mensal da Operação (PMO) e planejamento é o programa MODCAR, desenvolvido pelo CEPEL. 1