Acoplamento DECOMP/DESSEM¶
Descreve-se a seguir as diferentes formas pelas quais o modelo DESSEM pode se acoplar com o modelo DECOMP.
Acoplamento via função de custo futuro¶
Nesta forma encadeada de acoplamento, utilizada no processo de programação de despacho e formação do preço de liquidação de diferenças no Brasil (PLD), o modelo DESSEM acopla-se com a função de custo futuro (FCF) do modelo DECOMP. Desta forma, obtêm-se os chamados “valores da água” para as diversas usinas hidrelétricas, os quais indicam os benefícios incrementais no futuro, medidos a valor presente, de se manter água armazenada nos reservatórios ao final do horizonte de curto prazo. Utiliza-se, na cadeia de modelos para planejamento do SIN, uma abordagem sofisticada que consiste em se construir uma função de custo futuro (FCF) multivariada para o sistema, que relaciona o custo esperado de operação no futuro com o vetor de volumes armazenados em todos os reservatórios ao final do horizonte de curto prazo.
Desta forma, o problema de PDO incorpora, a priori, a função de custo futuro (FCF) construída pelo modelo DECOMP ao final do horizonte de estudo. Ao valorar economicamente a água dos reservatórios, esta função permite que o modelo DESSEM calcule, de forma implícita, custos incrementais de geração hidrelétrica variáveis com os níveis dos reservatórios e o ponto de operação da usina, que podem ser comparados com os custos de geração termoelétrica.
Apesar de não incorporar explicitamente nenhuma medida de risco (por se tratar de um problema determinístico), a medida CvaR considerada nos modelos NEWAVE e DECOMP está embutida na função de custo futuro fornecida pelo DECOMP.
A figura a seguir ilustra com mais detalhes as variáveis de estado consideradas pelo DESSEM no acoplamento com o modelo DECOMP.
Acoplamento por metas operativas¶
Além da informação dos valores da água nos reservatórios, por meio da FCF, o acoplamento do modelo DESSEM com o planejamento a curto prazo pode ser realizado através do estabelecimento de metas operativas para o horizonte de estudo do DESSEM. Assim, independentemente do valor da água no futuro, a operação ao longo do horizonte do DESSEM deve ser realizada objetivando atingir essas metas.
As metas que podem ser consideradas para o DESSEM são descritas a seguir. Recomenda-se o uso destas metas de forma complementar ao acoplamento via função de custo futuro, visto que, caso estas metas sejam atendidas com “folga”, o modelo pode realizar operação indesejáveis devido à ausência de informações sobre as vantagens, para o futuro, de armazenamento da água nos reservatórios ao final do horizonte de estudo.
Metas semanais de geração térmica ou intercâmbios¶
Uma alternativa de acoplamento, consiste em se definir para a PDO metas de geração semanal para cada usina térmica, ou metas de recebimento semanal de energia para cada submercado, como ilustrado a seguir
Uma descrição mais detalhada dessa modelagem e os efeitos de seu uso no modelo DESSEM são descritos em 1.
Metas de armazenamento no final do horizonte de estudo¶
Para evitar um deplecionamento arbitrário dos reservatórios durante o horizonte de estudo do DESSEM, devido à inexistência de custo presente de geração hidráulica, podem ser inseridas restrições de volume mínimo para os reservatórios ao final do horizonte de estudo.
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T. N. Santos, C. E. V. Boas, F. P. Mourão, and A. L. Diniz. Restrições de metas semanais na política de operação do sistema elétrico brasileiro. In XII SEPOPE - Symposium of Specialists in Electric Operational and Expansion Planning. Rio de Janeiro, Brasil, 2012.